Finalmente, após anos de espera, um DEVEZAS.
Não tenho condições de dissertar muito sobre esta conhecida e apreciada fábrica
de todo antiquário e colecionador que se prezem, pelo menos no Brasil.
Mas posso fazer uma breve introdução.
Informações soltas mas de fácil averiguação:
Não tenho condições de dissertar muito sobre esta conhecida e apreciada fábrica
de todo antiquário e colecionador que se prezem, pelo menos no Brasil.
Mas posso fazer uma breve introdução.
Informações soltas mas de fácil averiguação:
1- Esta fábrica de José Pereira Valente não é a primeira em Vila Nova de Gaia.
Fundada lá pelos 1884. Certamente seu fundador foi um hábil funcionário, quem sabe com alguma sociedade em fábricas mais antigas desta importante região produtora de cerâmicas.
2- Apesar de ser uma espécie de fábrica genérica (pirataria?, ching portuguesa?) logo ganhou mercado e fama, tornando-se bem competitiva pela qualidade das peças.
3- As pesquisas podem comprovar o que um senso atento percebe de antemão: Aqui no Brasil, quando se fala em vasos ou estatuária de cerâmica portuguesa duas marcas sobressaem e até sintetizam toda uma gama de importação das diversas fábricas da antiga Metrópole. A de "Santo Antônio do Porto" SAP (ou SAVP) e a das "DEVEZAS" (agora Devesas). Isto se percebe nos museus, antiquários, publicações, etc.
4- No Brasil, quando se fala de DEVEZAS se quer dizer "J. P. Valente", Tanto assim que fiquei surpreso ao saber que havia outras importantes e mais antigas fábricas desta região.
5- Não sei ao certo até quando do Séc. XX esta fábrica adentrou. Ao que parece até pelos meados ou pouco mais. Como gosto de velharias ficava torcendo para que este meu vaso fosse uma produção antiga. Embora pela relativa experiência que tenho, pudesse apontar uma peça centenária, busquei por referências mais seguras. Não encontrando, recorri ao Luis Montalvão que me escreveu:
"...Estive a consultar o "Dicionário de marcas de faiança e porcelana portuguesas / Filomena Simas e Sónia Isidro. - Lisboa: Estar, 1996" onde consta a marca que o Amarildo me enviou com o nº 234. Segundo a mesma obra essa marca foi usada entre 1884 e 1903. Depois dessa data, a marca passa a ser Pereira Valente e Filhos..." Só tenho a lhe agradecer.
"...Estive a consultar o "Dicionário de marcas de faiança e porcelana portuguesas / Filomena Simas e Sónia Isidro. - Lisboa: Estar, 1996" onde consta a marca que o Amarildo me enviou com o nº 234. Segundo a mesma obra essa marca foi usada entre 1884 e 1903. Depois dessa data, a marca passa a ser Pereira Valente e Filhos..." Só tenho a lhe agradecer.
Eis o meu belo DEVEZAS.
Séc. XIX- ou início do XX - (1884 e 1903)
Cerâmica esmaltada multicor, 62 cm.
Marcado.
Marcado.
Pensava que tinha 5 medalhões.
E que fosse maior, pois a descrição dizia cerca de 80 cm.
E que fosse maior, pois a descrição dizia cerca de 80 cm.
Mediram com a haste e fiação da adaptação que fizeram para abajur...
Link do Leilão:
http://www.lilileiloeira.com.br/peca.asp?ID=1633131
Indicava também que havia uma restauração na base.
Mas quanto a isto fui surpreendido de forma positiva:
O que há é um reforço na colagem das 2 partes, fixas por pino de metal.
Não sei se esta junção é original ou devida a alguma quebra.
A marca tão desejada.
A base bem inteira.
I
"DEUSA...?"
Segura um Caduceu que remete ao Comércio, parece.
II
"ESCULTURA"
III
"PINTURA..."
A não ser que seja uma oleira no acabamento
de um vaso grego.
A não ser que seja uma oleira no acabamento
de um vaso grego.
IIII
?
Aqui não consegui identificar a Atividade.
Cores que dão Alegria à Vida,,,
Estas ânforas remetem a tantas culturas da Antiguidade:
Egito, Grécia, Roma.
Também a França de Napoleão.
Os suaves bicados que tem
lhe aumentam a beleza de coisa velha e duradoura....
A carinha dos anjos (cariátides)
foi a parte mais afetada pelo tempo.
O narizinho deixou de ser arrebitado.
Mas as asas e as alças estão inteirinhas...
Certamente é uma peça para interior
e talvez vendida em pares.
e talvez vendida em pares.
Mas encontrar o seu é quase impossível.
E mesmo só, consegue despertar em nós,
a devoção a um passado rico, cheio de sonhos e realidades...
a devoção a um passado rico, cheio de sonhos e realidades...
E permanece como um pequeno monumento da História e da Beleza.
Um belo exemplar da cerâmica das Devezas...
"QUE AS NOSSAS ESPERAS ENCONTREM AS BELEZAS
DO MUITO ESPERAR ENTRE TANTAS INCERTEZAS
DE CACOS E PÓ, E SONHOS PASSAGEIROS
DE PEDAÇOS MAIORES OU VASOS INTEIROS
TÃO SINGELOS QUANTO BELOS
DE TANTOS LUGARES, DE PORTUGAL,
DO PORTO, VILA NOVA DE GAIA, DAS DEVEZAS"