Madeira dourada e policromada - olhos de vidro - base retangular oitavada - 34 cm largura x 22 cm altura, adornos de prata. Séc. XVIII- XIX.
O Menino tanto pode repousar nos braços da Mãe quanto na manjedoura.
São José ligeiramente menor (ou com vestes menos volumosas) deixando a Mãe em realce.
O Deus Pequenino parece não ser o original. Feito de casca de cajá, como as mãos de Maria e José (menos a do peito). Talvez tenham sido feitos numa restauração antiga. Mas é Belo porque o encontrei assim. Depois arrumo os quebradinhos...
O esgrafitado mais usado foi o de "caminho sem fim".
São José com um manto da mesma cor que o de Nossa Senhora mas sem o "caminho sem fim" e com estrelas douradas jogadas aqui e ali.
Deste ângulo se percebe ainda mais a diferença entre os volumes das vestes.
Base oitavada com pequenos furos de xilófagos (vade retro...)
Disse que é pernambucano pela indicação de amigos. Mas eu também penso que seja. O amarelo e vermelho da base, o esgrafitado que até se confunde com o de Portugal, as feições do rosto... tudo muito pernambucano.
Com esta cabeleira sem véu e nesta postura, Nossa Senhora parece ter sido inspirada em alguma Santa Maria Madalena de Calvário.
São José não está inativo. Seu Coração Justíssimo trabalha e vela pela Esposa e pelo Filho.
O Menino não dorme ainda. Tem de salvar o Mundo.
"Jesus. Maria e José. Salvai as nossas Famílias e aumentai a nossa Fé."
Amarildo, que peça mais linda! Uma cena de presépio linda, linda, linda! A explicação sobre os mantos é muito interessante, são esses detalhes que dão muito mais valor à peça. Só senti falta de uma explicação sua sobre os adornos que você usou na foto. Um galo português, as flores no lugar do cajado de São José... São em prata? E me desculpe, mas vou te dar um puxão de orelha, mas você precisa dar uma atenção mais assídua ao seu blog! Você tem peças incríveis, e sabe escrever muito bem sobre elas! Precisamos de sites/blogs com esse formato, que dêem referências e explicações sobre antiguidades. Olha lá, vou ficar esperando a próxima publicação sua! Meu amigo, um grande abraço, um 2014 mágico para você e todos seus entes queridos!
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ResponderExcluirMuito,muito obrigado C.Deveikis,
ExcluirDepois dou o troco nos elogios em seu Blog tão bem cuidado.
Os adornos (alguns são atributos) que ornam este presépio são os seguintes:
1- Coroa de Nossa Senhora (original da imagem), prata recortada com cinzelados simples em 4 hastes. Poderia usar também resplendor. Simples ou estrelado em quantidade simbólica...
2- Resplendor de S. José (original da imagem): prata fundida e recortada com frontão florido. Há uma simbologia nos frontões dos resplendores entre ramos e tipos de flores. Não conheço muito bem. Mas dá para imaginar que palmas e ramos cabem bem aos mártires, flores às virgens e aos puros...
3- Lírio de S. José (atributo). Prata filigranada portuguesa. Este não veio com a imagem, já tinha há um tempão; presente de um grande artista e restaurador de Arte (sobretudo do Barroco). Mas não cabia em nenhum S. José que tenho porque está muito curto (partido na haste). E como este está ajoelhado...
Mas você está certo. Apesar do lírio ser não apenas apropriado a S. José como também um seu atributo (que identifica), neste caso (para presépio) o cajado ficaria melhor.
O cajado florido remonta a uma tradição bíblica da ação de Deus (vara de Arão...) e a da eleição divina de São José para Esposo de Maria.
4- Os demais adornos, que também são de prata, eu coloquei porque era o que eu tinha mais ou menos proporcional às imagens. Mais antiga é a vaquinha (acho que um ex-voto baiano). O galinho é de filigrana portuguesa (galo de Barcelos) comprado na feira. A bolsa de São José parece ser portuguesa, o cestinho junto a Nossa Senhora é uma caixinha filigranada de terço. Há ainda uma pequena botija na mão de S. José, tirada de uma pequena penca de balangandã baiano. O cachinho de uva também.
Um abraço e toda felicidade para Vc e aos seus na Festa dos Reis Magos e sempre.
Amarildo