sábado, 19 de abril de 2014

ARTE SACRA: TALHA, MOBÍLIA, PINTURA, OURIVESARIA: NOSSO SENHOR E NOSSA SENHORA.




(Como sempre, peço desculpas pelas fotos)
Esta peanha é uma adaptação de talhas...



Crucifixo: Madeira policromada, jacarandá filetado com ouro brunido,
 (repintado com purpurina prateada e dourada).
Medidas: 95 cm alt. Cristo: 34 cm alt.
Cristo também com carnações antigas e repintura recente.
Mas não quis remover. 



Cruz com ponteiras inteiriças no prolongamento das hastes.
Já abrigou vários Cristos (se vê pela multiplicação dos furos)
Cristo e cruz de origem diversa.
 Mas penso que ambos do XVIII ou início do XIX.



Os símbolos da Paixão em relevo no jacarandá.



Este Cristo tem algo de oriental: 
os cabelos, a orelha exposta, a simetria quase rigorosa, marcação de detalhes como mamilos, furo para o cordão do perisônio...  



A mão direita, se se prende para não condenar, ergue-se para abençoar e salvar...




Estes oratórios vivem vendo seus moradores se revezando...




Este é um oratório bem simples mas belo. 
Penso que de madeira européia. 
Tem a vantagem da dobradiça em caneta (a porta pode ser removida num toque).




Esta Imaculada custou-me 12 folhas de cheques...  
O número de parcelas que o vendedor pediu era exatamente o que tinha no bolso.
Achei que foi um sinal .




Está muito mexida. Sobretudo a parte da frente.
Não tinha mãos.
Agora estou colocando e contrariando as teorias do restauro e do bom senso.
Devia deixar para um profissional.
Mas são quase tão caros quanto a própria peça.
E olha que alguns são amigos... 



Madeira dourada e policromada. 65 cm alt. 
Olhos de vidro.
 Deve ser Portugal, sec. XVIII.



Perfil afilado...



A policromia da parte de trás está mais bem conservada.
A base deve ser posterior.



É uma imagem muito bela e que condiz com a perfeição da Mãe do Senhor. 
E de alguma forma, com todas as mães.



Este oratório que já postei (com a Imaculada baiana)
não tem a vantagem das dobradiças em caneta.
 Para não ter reflexo na imagem central, bati as fotos com ele aberto.
Eu vivia perguntando para que alguns oratórios têm essas dobradiças canetas removíveis... Claro que em seu tempo era para outras funções.



E dentro um nobilíssimo morador:
 Um Cristo numa cruz de jacarandá cru com ponteiras e resplendores de prata.



Este crucifixo tinha cerca de 1 metro e 40 cm.
 Mas seu antigo dono, por ocasião de uma mudança, o torou para caber numa caixa...
Acabei pegando-o em troca de uma Dolorosa baiana que levei para restaurar (55 cm).
 Tem ainda  4 pés de garra (retirado,s por enquanto, porque muito danificados).
Ao final fiquei com um crucifixo de um metro e... só.



O corte fica exatamente nesta linha inferior da foto.



Cristo vivo.
A mão direita foi feita pelo antigo dono (que é escultor e restaurador).




O corte na haste vertical foi disfarçado pelo medalhão da Virgem (que não havia).
Este arranjo de emendar a haste torada e aplicar o medalhão ficou por minha conta.




Esta é uma das mais novas moradoras daqui.
Nossa Senhora do Carmo, OST 77 cm x 65 cm.
Tema bastante comum na arte hispânica.
Talvez reentelada pois está  muito firme.
Moldura no estilo cuzquenho.




Foi oferecida como cuzquenha do sec. XIX.



Mas penso que não seja cuzquenha.
Tem até um modelado de algumas de nossas pinturas de teto do sec. XVIII.




Cuzquenha ou não, do XIX ou XX, muito linda e de excelente artista.



Há uma Escritura que diz assim: 
Acenderei ao meu Ungido uma lâmpada... (Sl 131)



Faltam alguns bilros. É de porte médio e traz uma inscrição (dedicatória) e umas iniciais. Sem contraste.
A corrente foi arranjada de um antigo cordão de várias voltas (joia minhota).




"QUE O AMOR DO CRISTO, TÃO MANSO E BOM, POSSA TRANSFORMAR NOSSOS CORAÇÕES TÃO FERIDOS E FATIGADOS.."


domingo, 13 de abril de 2014

LOUÇAS: UMA PAREDE QUASE INTEIRA PORTUGUESA MAS CADA PEÇA É QUERIDA EM SUA SINGELEZA...



Peço desculpas pelas fotos, por não virar todos os pratos, nem espanar ou tirar os arames... Nem medir também.



 O medalhão do alto é uma faiança  inglesa. Se intrometeu aí por sua pura beleza.
A gravura é destas devocionais (acho que francesa) mas muito bela.




Mas é este singelo prato que gostaria de destacar.




Antigo. mas não sei o quanto...




Seria flor de morangueiro?




Aqui uma coisa que ainda não vi em louça de cozinha. 
Esta ramagem branca mais forte sobre um fundo branco mais tênue.




Outro que deve ser português também.




Também velho.




Mais um. Bem singelo.




Toda cara de Portugal.



Uma moldura de telhas de beiral.



Se parecem muito com a louça de Santo Antônio do Porto.
 Mas talvez sejam de Itaipava. São feitas de  uma cerâmica bem leve...




Vi este pobre prato (brasileiro de cara)
 rolando na parte do "Lixão" da Pça. XV por mais de 1 ano (sem exagero) ao preço de R$ 2,00.
Por fim conquistou-me e veio morar comigo...




Tem uma marca mas nada descobri. 




Este outro também veio de lá. Sem pai nem mãe mas gostei igualmente.



Decoraram também o verso.


Um



Dois...




Três. 
Todos Carvalhinho neste trio português.
Os dois primeiros decorados com paisagens do Rio.




As colunas de balaústre são certamente de Itaipava, mesmo sem marca alguma.



 Aqui a foto de alguns poucos pratos que me sobraram 
num desastroso despacho pelos correios...



Cada um dos doze bowls trazia um ditado diferente.



Deve ser Alcobaça...



E da Madeira veio esta fofura...




Todo imponente...



E tão doce. 
Mesmo sendo de produção farta da Ilha da Madeira e todo maltratadinho...
(os adereços são emprestado de um "de madeira"...)



"QUE O PODEROSO E TERNO OLHAR DIVINO NOS GUARDE DE TODO MAL"