quinta-feira, 19 de março de 2015

"A UM PAI EXALTEMOS: O PAI DE DE DEUS, SEGUNDO A LEI, O CORAÇÃO E A MISSÃO"





Há um jornalista e escritor brasileiro, Carlos Heitor Cony
ateu e de grande saber e sentimentos - quem o lê bem, logo vê. 
E, pelo que se sabe, devoto de S. José.
Já fez esta menção algumas vezes...

Eu então, que não sou aTeu nem a-Santo, 
E que tanto devo a Um quanto a Tantos,
Não posso deixar de expressar 
minha gratidão a Este querido e valoroso Santo.

O faço por duas Iconografias suas:




São José.

Madeira dourada e policromada.
Provavelmente meados do XIX.
Braga ou Porto.
Repinte na carnação.
O Menino tomado de 
 uma  Mãe Rosário ou Carmo.




Douramento, Policromia
Esgrafitado e Punção.
Trabalho refinadíssimo.
.



JJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJ
JJJJJJJJJJ
JJJ




Missal de Fiéis.
(devocionário)
Edição francesa do final do XIX.
Capa em Madrepérola esculpida  e Prata de Lei.

Já postei uma Talha neoclássica com esta rara iconografia
 do Desposório da Virgem com S, José,
coincidindo em tema e tempo
 com uma postagem que o Luis, fez de uma gravura sua.





São José é a figura que está mais abaixo na cena toda.
Mas quem se humilda, exaltado será...

Embora este episódio exato não seja descrito nas Escrituras, é notório que ocorreu. 
Em dado momento de tentação (até Deus o foi), o Senhor fala ao seu Servo, 
por meio do Anjo, que por sua vez fala a José por meio de sonhos:
(Cito livremente aqui as Escrituras. Também assim o Senhor fazia)

"José, filho de Davi, não tenhas medo ou vergonha em receber  Maria, tua noiva, por esposa
 porque o Menino que Ela espera e obra do Espírito Santo..."

Este foi o momento central na Missão que lhe incumbiu a Providência, 
correspondendo ao FIAT de Maria.
É dito que despertando a recebeu como esposa.

Desta forma, na Teologia Cristã, Maria e José se tornaram as pessoas
mais próximas de Deus e que mais intimamente contribuíram com a Salvação.





Aqui aparecem mais dois personagens:
Certamente os pais da Virgem,
Joaquim e Ana,
Dando seu consentimento e Bênção.





 São José porta Vitorioso 
seu Cajado Florido...




E toda esta Novela  Sagrada
tem a Presença 
Divina...




Na lombada 
o Nome da antiga Dona...




 No miolo,
páginas de devoção a São José.





Não consigo entender como esta Arte 
de talhar a Madrepérola
é tão  ignorada.

Não há, que eu saiba, referências específicas
sobre sua importância, origem e artistas...

Curiosamente, há, nesta edição, uma ressalva:
"A ausência da assinatura do editor, na página indicada, 
caraterizará como falso tal exemplar..."

(Neste caso,
 meu exemplar
 é completamente "falso")










"QUE VELE POR NÓS AQUELE QUE POR DEUS VELOU,
QUE NOS AMPARE AQUELE QUE A DEUS PORTOU.
QUE NOS TENHA FILHOS AQUELE QUE DEUS TEM POR PAI....
QUE NÃO SEJA ESQUECIDO POR QUEM TEM FÉ
AQUELE DE QUEM NEM OS BONS ATEUS SE ESQUECEM;
VALEI-NOS SÃO JOSÉ..."

2 comentários:

  1. Estes missais com encadernações em madrepérola, marfim, osso, baquelite ou simplesmente em couro eram muitos comuns nos finais do Séc. XIX, inícios do XX. Embora escritos em português, eram quase sempre impressos em Paris, onde existia uma verdadeira indústria de objectos piedosos, que exportava para todo o mundo católico. Esses livros, essas pagelas e esculturas ficaram conhecidos pelo estilo "saint-sulpicien.

    Esse seu devocionário não me parece nada falso, bem pelo contrário e olhe que livros sei eu (modéstia á parte). Cá em Portugal são relativamente comuns. Normalmente eram prendas oferecidas às meninas que faziam à primeira comunhão ou a comunhão solene e passavam de mães para filhas. A minha irmã tem um desses exemplares com encadernação em madrepérola, que o recebeu da avó paterna, há quase cinquenta anos e julgo que a minha avó já teria recebido de outra pessoa, talvez da sua mãe ou de uma madrinha. Enfim, são livrinhos cheios de história, que atravessaram gerações, ao longo de mais de um século.

    Um abraço

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    1. Luis.

      Obrigado.

      Pois é. Num critério comercial, a assinatura do editor é que daria autenticidade ao livreto e não o primoroso trabalho da capa que, por mais serial que seja, não deixa apresentar labor criador. Penso que estas capas eram executadas sem nexo direto com o conteúdo dos livros e variáveis segundo à capacidade dos escultores. Penso também que podem ter sido executadas, em alguns casos, com auxílio de pantógrafo.
      Mas fico admirado com a perfeição de algumas peças, sobretudo os florais e pequenos detalhes esculpidos em material tão duro e frágil ao mesmo tempo.

      Obrigado pela informação sobre esta produção piedosa (e até piegas por vezes) do final do XIX na França.
      Realmente é abundante o número de livretos, santinhos, marcadores e pequenos objetos (até utilitários) com estampagem sacra que encontramos nos guardados de nossos avós. Tudo muito diretamente comercial, sem dúvida. Mas há exemplares interessantes e que atraem pela perfeição e delicadeza. Água de rosas...

      Um abraço.

      ab

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